Borras de Tinta- Mario, de Masashi Kishimoto





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A postagem a seguir é uma Review SEM SPOILERS sobre "Mario", one-shot de Masashi Kishimoto, autor de Naruto.
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Masashi Kishimoto é um dos homens mais conhecidos da história dos mangás, seja no Oriente ou no Ocidente, responsável por criar o estrondoso sucesso da Shonen Jump, "Naruto" (1999-2014), que contava a grande história de um garoto com uma raposa demônio aprisionada dentro de si em uma realidade onde ninjas viviam em batalhas com técnicas especiais e muita porrada. "Naruto" com certeza é a obra máxima de Kishimoto, que atualmente supervisiona a continuação direta da  série, "Boruto", e, para comemorar os 50 anos da revista de mangás Weekly Shonen Jump, estará publicando este ano um novo One-shot. Porém, o autor já lançou histórias que não contavam com ninjas ou transformações, e uma dessas é "Mario", que será analisada nos parágrafos a seguir.

O one-shot "Mario" foi publicado na edição de maio de 2013 na revista mensal Jump SQ, e conta com uma interessante história antes de sua publicação. A ideia de um mangá de mafia sempre habitou a mente de Masashi Kishimoto, que, no ano de 1998 chegou a produzir um rascunho do que viria a ser "Mario" contando com mais de 160 páginas. O rascunho não chegou a ser publicado e, depois de 15 anos na gaveta, recebeu uma nova versão, agora com 51 páginas.

Imagem promocional, quando o protagonista não parecia com o Naruto.

A trama segue o protagonista homônimo Mario, um japonês filho de pai mafioso e mãe Yakuza vivendo em meio ao crime organizado em Nova York. As coisas começam a tomar um rumo diferente na vida de Mario quando ele conhece a misteriosa assassina Saori, com quem começa uma parceria que vai acabar tirando muitas vidas.

De maneira geral, a história se mostra muito interessante inicialmente, sendo que o fator “ver o criador de Naruto fazendo outra coisa nada a ver com ninjas” contribui muito para o interesse do leitor. O desenrolar da narrativa conta com bons conceitos, como a origem do protagonista e sua relação com as máfias, todavia, estes conceitos que precisavam de tempo para serem desenvolvidos acabam trombando com a necessidade que a história tem de acabar. Como assim? Simples: originalmente, como dito antes, “Mario” contaria com mais de 160 páginas e, nesta versão, apenas 51 páginas foram desenhadas. O motivo provavelmente se deve ao fato de que Kishimoto ainda estava publicando semanalmente as aventuras de seu ninja vestido de laranja na época (a guerra ninja estava a todo vapor) e não tinha tempo ou pique para desenhar uma quantidade absurda de manuscritos, além de provavelmente ter um editor em sua orelha o cobrando. O resultado se deu em uma história apressada, que, mesmo com bons conceitos, teve muitos pontos essenciais da trama ignorados ou tornados artificiais pela velocidade dos acontecimentos. Os personagens, embora com alto potencial de desenvolvimento, sofrem com a pressa do desenvolvimento e apenas Mario e Saori possuem um pouco mais de suas personalidades mostradas. Por fim, a conclusão do one-shot não se provou satisfatória, com escolhas um tanto questionáveis.

Uma das primeiras páginas de "Mario", a arte do Kishimoto não costuma decepcionar. 

Já a arte do mangá apresenta o característico e conhecido estilo do autor, com tons um tanto mais sombrios durante grande parte de sua narrativa (a publicação como um todo é muito mais violenta e sangrenta que Naruto), agradando tanto a novos leitores como a fãs. Entretanto, com o passar das páginas, os personagens vão ficando cada vez mais e mais parecidos com os personagens da série semanal que o autor publicava, "Naruto", o que pode gerar estranheza em alguns leitores.

 De maneira geral, “Mario”, de Masashi Kishimoto, possui problemas aparentes em sua narrativa e entrega uma boa arte, mas, que acaba por gerar estranheza com a progressão da história. Porém, a história sobre um japonês em meio as mafias de Nova York é uma interessante leitura para os fãs do autor que querem vê-lo fazendo algo diferente e entrega bons conceitos alinhados a um grande esforço em fazer algo novo e diferente pelas mãos de um dos mais renomados mangakás da história.

Nota crítica: 5/10
Nota pessoal: 7/10


Texto escrito por Thiago Almeida


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