Review Multiversal: Adventure Time- Islands (HQ)

Hora de Aventura terminou a quase 1 ano e eu, como muitos, ainda não sei lidar direito. A série criada por Pendlenton Ward para o Cartoon Network pode ser considerada um divisor de águas na história do canal da Turner e até mesmo da animação. Todavia, não só de TV viveram Finn, Jake e seus amigos. Dentre os muitos quadrinhos derivados, um em especial chamou muito minha atenção e me levou a fazer essa review: “Islands”.

Quem acompanhou a série já sabe que “Islands” é o título da segunda minissérie, que integrou a oitava temporada de Hora de Aventura. Entretanto, o que passou despercebido pelo radar de muitos fãs, é a prequel da minissérie animada, também intitulada “Islands” e lançada como uma edição one-shot de aproximadamente 70 páginas, pelo selo Kaboom! da Boom!Studios.

Two Bread Tom e Jo.

Em “Islands”, somos levados a uma viagem 1000 anos antes dos eventos da série de TV. A narrativa tem como função servir como ponte entre “Stakes”, primeira minissérie animada que nos conta parte do passado de Marceline e sua luta contra os demais vampiros, e “Islands”, onde Finn e seus amigos saem em busca de supostas ilhas onde vivem outros humanos.

Tendo início pouco tempo após os acontecimentos do segmento em que os humanos partem de Ooo em “Everything Stays”, a protagonista da vez é Jo, uma pequena garota com chapéu de coelho que cultivava uma bonita amizade com a vampira Marceline e agora deixou tudo para trás, vagando sem rumo com os demais humanos, procurando um lugar seguro. Eventualmente eles chegam a este lugar seguro, uma das ilhas do título, e Jo precisará por todos seus medos e receios a prova.

Marceline, The Vampire Hunter Queen.

Com sua narrativa comanddaa por Ashly Burch, roteirista da série e conhecida dubladora americana (Chloe Price em Life is Strange, Enid em OK KO!), e com arte de Diigii Daguna, que desenhou capas para o crossover entre HdA e Apenas um Show e para um quadrinho de O Segredo Além do Jardim, a dupla mostra para o que veio logo nas primeiras páginas. O visual cartunesco (ah, jura?), com linhas bem grossas e sem muitos detalhes, cores fortes e composições simples, casa perfeitamente com o roteiro singelo, especulativo e emocional, dando um ar ao é mesmo tempo leve e abraça uma aura sombria, característica da narrativa deste mundo.

Burch foi uma das responsáveis pela história da minissérie homônima, então já era esperado que tivéssemos boas explicações do lore apresentado na TV, mas ela vai bem além. Jo tem um arco narrativo próprio e questionamentos interessantes. A garotinha passa por toda a incerteza e medo de deixar um lugar onde estava sempre protegida por Marceline e passa a viver uma vida cheia de incertezas e medos, sem olhar para as coisas boas com seus próprios olhos e, durante sua jornada, suas convicções e receios são questionados pelo mundo e seus desafios. Jo pode não ter tido muito espaço nas telinhas (onde foi chamado apenas de “Bunny Girl”), mas se mostra uma das mais carismáticas e interessantes personagens da franquia neste quadrinho.

Além de Jo, Two Bread Tom, um dos líderes humanos também passa por um arco interessante na trama, que acarreta pontos importantes para a história dos humanos na série: o guardião e a divisão dos humanos entre caçadores e escondidos.

Os oceanos de Ooo lembram muito a garagem aqui de casa.

O único defeito de “Islands” é justamente uma de suas qualidades. É específico demais, com certeza não é a melhor maneira de começar a entrar neste universo. Mas essa nunca foi a proposta do quadrinho mesmo.

Como um todo, Adventure Time: Islands se trata de um quadrinho essencial para os fãs de Hora de Aventura. Seu texto é interessante, divertido e realmente soma para a experiência da franquia e, mais importante, soa como um produto deste mundo, com a arte de Daguna tornando esta história uma peça única na vasta franquia. É fã de aventuras? Pegue seu cachorro mágico e corra ler, não existe leitura mais doce em todo o reino!

Nota Pessoal: 10!

Nota Crítica: 10!

Cada vez que escrevia “TV” nesta review, um flash aparecia em minha mente..

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Escrito por Thiago Almeida