Review Multiversal: Invasor Zim e o Florpus


Depois de ter prometido para mim mesmo parar com os textos sobre cartoons e focar em outras mídias, caí em tentação e não pude resistir ao maior invasor verde e egocêntrico do século 21: Invasor Zim e o Florpus está entre nós e definitivamente ninguém pode ignorar isso.

Depois de mais de 18 anos de sua estreia na TV, Invasor Zim retornou para um filme "conclusivo", produzido pela Nickelodeon e distribuído mundialmente pela Netflix. Como deu para notar quando disse "mais de 18 anos", mesmo que popular, Zim não é uma produção tão recente assim e acho justo dar um pouco de "setting" para aqueles que ainda não o conhecem.


Invasor Zim foi uma série animada criada pelo cartunista Jhonen Vasquez para a Nickelodeon, que após um dos executivos do canal laranja ver o trabalho violento e ácido de Vasquez nos quadrinhos independentes, o convidou para criar uma série voltada ao público infanto-juvenil. O que poderia dar errado? Na trama da série, Zim é um alienígena egocêntrico e sem noção que é mandado por seus superiores, que não o queriam por perto, a uma "missão" de invasão no planeta terra, onde o personagem título terá que se infiltrar, disfarçar, enturmar e posteriormente conquistar o planeta. Entretanto, um jovem e paranoico garoto aficionado por UFOs e pelo paranormal, Dib Membrana, fará de tudo para desmascarar seus planos.

A série se tornou muito popular, mas isso não impediu seu cancelamento precoce no ano de 2002 pelos altos custos de produção e diversas controvérsias geradas por seu humor negro e altamente crítico. Desde então, Invasor Zim se tornou um clássico cultuado pelos fãs de animação do mundo todo e teve seu retorno em quadrinhos no ano de 2015, e, pouco tempo depois, o anúncio de seu filme e sequência direta, Invasor Zim e o Florpus (Invader Zim: Enter the Florpus).  Tá, vamos falar disso agora:


Quando Zim aparece para começar a próxima fase de seu plano alienígena para conquistar a terra, seu mega-adversário Dib Membrana quer desmascará-lo de uma vez por todas. (Sinopse oficial da Netflix)

Tendo início meses depois da série original, Florpus é o grande clímax que ficou faltando na série animada. Durante toda sua narrativa, Jhonen Vasquez e sua equipe nos entregam o que foi prometido há anos: o maior embate entre Dib Membrana e Zim, pelo destino do planeta terra. A história decorre seus 71 minutos sem muita pressa, começando com uma introdução genial e bizarra para situar novos espectadores e dando tempo para que as personagens principais se restabeleçam. Acho importante dizer que o longa pode ser visto sem problemas por alguém que nunca viu a série original, mas a experiência é ainda mais recompensadora para aqueles com maior familiaridade.

Durante todo seu desenvolvimento narrativo, o longa trabalha o tema de ser reconhecido por quem você admira e é feito de maneira bem satisfatória, focando bastante na relação de Dib Membrana com seu pai, Professor Membrana, além de dedicar bastante tempo a relação de Dib com sua irmã Gaz e de Zim com seus superiores. Entretanto, esse foco em Dib acaba por diminuir bastante o tempo de tela de Zim e até mesmo o seu arco narrativo, o que me frustrou um pouco.


Por fim, mesmo que funcione como uma conclusão para a série original, Florpus não chega a ser tãaaao conclusivo assim, deixando muitas possibilidades futuras. O QUE É BOM, NÉ DONA NETFLIX!? NÉ!? POR FAVOR!? COf, cof... me desculpem, voltando...


Com relação ao humor do filme, ele segue ácido, sádico e crítico como sempre, o senso de humor da série contrasta muito com o que vemos na maior parte das séries animadas atuais e é totalmente maravilhoso ver isso outra vez. Não me levem a mal, adoro as séries atuais e tenho plena noção que cada série possui seu próprio tipo de humor, mas eu sentia bastante saudade do humor de Zim, fazia tempo que não via algo assim. Me dá vontade de ficar rindo maléficamente dentro do meu banheiro por horas. 

Quanto aos visuais, estes estão deslumbrantes. O character design do filme comparado a série possui muitas diferenças, já que a arte de Jhonen evoluiu bastante nos anos que passaram entre um e outro, mas os novos visuais ainda são sombrios, criativos e ultra originais, assim como os lindos cenários e e belíssima paleta de cores, que faz muito bem o uso de contrastes, com muito rosa, roxo e preto. A animação é dinâmica e diversas sequências esbanjam o orçamento de filme da produção, é, Zim nunca foi tão bonito.

Não costumo acrescentar este tópico nos textos, mas hoje é um caso especial. Muitos dos dubladores brasileiros da série original voltaram, e isso fez uma diferença enorme. Ouvir Zim e Dib se insultarem com as vozes que nos marcaram depois de tanto tempo é maravilhoso.


Invasor Zim e o Florpus é muito mais do que uma viagem no tempo, é uma conclusão moderna para uma série que praticamente não envelheceu. Seus visuais são lindos e seu humor é único e, mesmo escorregando na distribuição de tempo de tela de seus personagens, é uma produção de qualidade maior que o ego de Zim. Tá, nem tanto, mas é realmente excelente.

Nota Crítica: 9!
Nota Pessoal: 9.5!


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Escrito por Thiago Almeida

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