Doctor Who: 10 episódios para ver sem compromisso


Doctor Who é um grande clássico e pilar da ficção científica clássica e moderna e, se você se gosta do gênero, é lição de casa obrigatória dar uma olhada nas aventuras da atual Senhora do Tempo de 2 corações. Como a obra possui muitas temporadas em seu período clássico (26 temporadas, 7 doutores) e se encontra na sua 12º temporada na série atual, achei que seria uma boa ideia escrever esse texto como uma espécie de "indicação de o que degustar", sabe, sem compromisso.  

Meus parâmetros para essa lista são: deve ser um episódio da série nova (que é bem mais fácil de encontrar (e sim, você pode e deve começar de "New Who"!), e está disponível oficialmente na Globoplay(de onde inclusive tirei as sinopses dos episódios)) e a história não pode ter ligação direta com a trama principal da temporada. Em outras palavras, precisa ser um "one-shot". Também estarei fazendo comentários sem spoilers sobre os episódios, temporada em que está inserido e essas coisas. Ah, e (TemporadaxEpisódiox).


Antes de qualquer coisa, pra você, que está muito confuso e não tem ideia do que seja Doctor Who, uma breve explicação: é a história de um alienígena viajante do tempo que viaja em uma cabine de polícia por todo o espaço e tempo resolvendo problemas, acompanhado por cidadãos britânicos. Ah, e ela(e) pode se regenerar em alguém completamente novo, mas mantendo a essência, quando "morre": 

Agora sim, a lista!


"Não Pisque" (T3E10)



Os anjos aguardam em uma casa abandonada. Quando as pessoas começam a desaparecer, Sally encontra mensagens enigmáticas.

Esse é figurinha carimbada em toda lista de recomendação de DW. E, bom, é realmente um excelente episódio! Escrito por Steven Moffat (que viria a comandar a série nas temporadas 5-10), essa é a primeira vez que nos encontramos com os assustadores Anjos Lamentadores, anjos de pedra que se movem quando você não está olhando. É, perturbador. "Não Pisque" pode ser um episódio do muito querido Décimo Doutor (interpretado por David Tennant), mas aqui ele não aparece muito, já que toda a engenhosa e assustadora narrativa cai no colo de Sally Sparrow (Carey Mulligan), uma pessoa normal que se vê envolvida com essas criaturas assustadoras de pedra. Sem dúvidas uma excelente pedida para qualquer tipo de espectador, principalmente para aqueles que procuram uma história engenhosa de viagem no tempo e suspense.


"Múmia no Expresso do Oriente" (T8E08)



Em uma viagem de trem, o Doutor e Clara encontram uma criatura que persegue os passageiros. Enquanto o Doutor corre contra o tempo, Clara o vê em sua forma mais mortal.

Um ótimo episódio da oitava temporada! Aqui vemos uma releitura muito bem estruturada do clássico de Agatha Christie, "O Assassinato no Expresso do Oriente", só que no espaço e com uma múmia alienígena que te mata 66 segundos depois que aparece. Com um conceito muito interessante e ótimo design de produção, "A Múmia no Expresso do Oriente" é um dos melhores episódios da temporada de estreia do Décimo Segundo Doutor (Peter Capaldi).


"Vincent e o Doutor" (T5E10)



A Tardis viaja no tempo. Apenas um pintor triste e solitário pode ver o mal sobre os campos de milho da Provença. O Doutor e Amy unem forças com Van Gogh para encarar o inimigo.

Outro episódio que sempre figura nas listas de recomendações, "Vincent e o Doutor" tem como sua maior força uma impactante e profunda narrativa sobre um dos maiores artistas que já viveram, Van Gogh. Nesta aventura, o Doutor (Matt Smith) e sua companheira Amy (Karen Gillan) se unem a Vincent para enfrentar um monstro que apenas o pintor expressionista consegue enxergar e, de quebra, temos um lindo roteiro que fala sobre depressão, loucura, amor, legado e outros temas importantes com uma lindíssima sensibilidade.


"Rosa" (T11E03)



A Doutora e os amigos viajam para o sul dos EUA, da década de 50. Quando encontram a costureira Rosa Parks, começam a se questionar se alguém está tentando mudar a história.

Rosa Parks foi uma das mulheres mais importantes da história dos estados unidos e dos movimentos raciais no globo e a 11º temporada de Doctor Who fez questão de dedicar um episódio só para ela. Nesta delicada e bem pensada trama sobre racismo, a Doutora, Graham, Yas e Ryan precisam garantir que nada impeça que um momento histórico aconteça, mesmo sendo moralmente difícil não se envolver de maneira direta. Muita polêmica foi feita quando Jodie Whittaker foi anunciada como a 13ª Doutora e muito foi o criticismo em cima de sua temporada de estreia. Ao meu ver, Chris Chibnall (showrunner atual da série) fez a decisão certa em tocar em temas tão atuais e fazer os episódios caminharem para o lado mais social da série, que nunca deixou de estar presente e aqui está com relevância total, afinal, vivemos em tempos sombrios e de intolerância absurdos. Se você se diz fã de Doctor Who e não entendeu o que essa temporada fez, o que ela representa e o que essa fase de Jodie e Chibnall na série está dizendo, acredito que você precisa olhar mais fundo no seu segundo coração. Quanto a você que nunca viu DW e se interessou por essa história, vá em frente! E definitivamente não se importe com os comentários extremamente sem fundamento e reflexão que essa temporada recebe.


"O Fim do Mundo" (T1E02)



O Doutor leva Rose em uma viagem no tempo até o ano 5 bilhões. O Sol está prestes a se expandir e engolir a Terra enquanto um assassino atua entre as raças alienígenas.

Já no segundo episódio da nova série, o Nono Doutor (Christopher Eccleston) nos leva com Rose (Billie Piper) para presenciar a morte do planeta Terra. Como poderia não ser catastrófico? Esse episódio tem tudo o que um fã de ficção científica poderia querer: se passa no futuro, raças alienígenas estranhas, claustrofobia, morte eminente, "Toxic" da Britney Spears e questionamentos filosóficos. Ao presenciar tal evento, como Rose Tyler poderia não sentir nada? Afinal, ela é a "última humana viva" assistindo a destruição da Terra, onde estava minutos antes. Enfim, esse episódio é muito bonito, sensível e tem o melhor dos feeling de ficção científica que você pode imaginar.


"Meia-Noite" (T4E10)



O Doutor está preso em Midnight. Sky parece ser a única que sabe a verdade, mas ela é capaz de colocar os poderes do Doutor contra ele mesmo.

Claustrofóbico e estonteante, "Meia-Noite" é sobre o medo e a ignorância humana quando ameaçados pelo desconhecido. Por todo episódio você se pega pensando que não podem existir pessoas como aquelas, mas percebe que sabe que existem e isso é perturbador. Sem a típica correria clássica de DW, esse episódio se sobressai por trabalhar em um ambiente limitada conceitos muito complexos e criar uma ameaça marcante e realmente aterrorizadora. 


"Sorria" (T10E02)



O Doutor leva Bill para uma cidade incrível em um planeta bem distante onde a linguagem é feita por emojis.

Em uma espécie de setting Solarpunk, "Smile" é um episódio que segue a fórmula mais Doctor Who possível. Não tem muito o que falar dele, mas com certeza vale a pena dar uma olhada descompromissada para acompanhar uma interessante história de ficção científica que fala sobre a "obrigação" de se sentir feliz, de uma maneira um pouco mais macabra do que Divertida Mente.


"Uma Cidade Chamada Misericórdia" (T7E03)



Como xerife de uma cidade, o Doutor se vê cercado por um cyborg chamado Gunslinger e parece que só o Kahler-Jex é capaz de ajudá-lo.

"Uma Cidade Chamada Misericórdia" é sobre exatamente o que o nome sugere: misericórdia. Todavia, também decorre sobre moral e perdão, se ambientando no velho oeste americano. É um episódio tematicamente bem interessante e conta com ótimos momentos de drama e, porque não, comédia! Recomendado pra todos que são fãs de Clint Eastwood e pra quem não é também.


"Demônios de Punjab" (T11E06)



O grupo chega a Punjab no momento em que o país está sendo abatido. Enquanto Yaz tenta descobrir a história da avó, a Doutora descobre demônios que assombram a Terra.

Durante a partição da Índia, um casal relacionado a uma das companheiras da Doutora é ameaçado por estranhos demônios alienígenas e isso não poderia ser mais interessante. A ambientação desta história, em um momento de grande tensão se une a poderosa narrativa para entregar uma das mais sensíveis aventuras da série moderna, que discute amor, compaixão, fanatismo e principalmente tolerância. Por mais que DW sempre tenha uma mensagem otimista e esperançosa por trás de suas histórias, não tem como não se deixar levar pela melancolia de "Demônios de Punjab". E a ameça alienígena é simplesmente genial.

"Rose" (T1E01)



Rose conhece um estranho misterioso. Ela percebe que as pessoas que ama e todo o planeta correm perigo. A única esperança é a caixa azul.

Você pode dizer que estou sendo injusto, mas isso não importa muito: esse episódio é completamente assistível casualmente! No primeiro capítulo da nova série de Doctor Who, somos apresentados a um alienígena de dois corações um tanto excêntrico e a sua muito companheira humana, que precisam correr contra o tempo e contra monstros para impedir uma invasão alienígena. Aqui tudo é feito na medida certa, ação, comédia, drama, desenvolvimento e, se você reclamar dos efeitos especiais, saiba que é totalmente justificável ser processado por isso, já que os efeitos são parte do charme. Enfim, é um excelente primeiro episódio, principalmente se você considerar que ele tem a responsabilidade de apresentar para o público uma série que já tinha mais de 40 anos! 


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Não acho que esse texto precisa de uma conclusão rebuscada, mas me sinto na obrigação de digitar um pouco sobre Doctor Who. Essa ficção científica conta com personagens completamente apaixonantes e algumas das narrativas mais criativas que você pode encontrar por aí, e, pode não ser a melhor série do mundo, a mais inteligente ou a mais bem produzida, mas é uma história com muita paixão e valores humanos muito presentes, e recomendo fortemente que todos assistam. Em tempos como o nosso, a figura de uma heroína com 2 corações e a maior das empatias é o que precisamos mais que tudo.

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Até o próximo texto!

*A fonte de todas as imagens é o IMDb e as sinopses são da Globoplay.

Escrito por Thiago Almeida  

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