Primeiras Impressões: Animes da Primavera 2020


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Assim como a moda, os animes também acompanham as estações. Bem, não da mesma maneira, mas podemos claramente ver que tendências são seguidas (geralmente na forma de isekais) e grandes nomes da indústria despontam a cada 3 meses.

Neste post, vou comentar um pouco sobre o primeiro episódio de algumas estreias desta nova temporada de animes, a primavera de 2020. Entretanto, é bom esclarecer que a primavera é uma das temporadas mais fortes do ano, então muitas grandes apostas são feitas justamente agora. O que isso muda na sua vida? Nadica de nada, mas é uma curiosidade legal.

De qualquer forma, vamos falar de animes!

BNA


Beastars meets Kill la Kill.

Começando por um dos grandes, o novo anime do Studio Trigger (Promere, Kill la Kill), BNA (sigla para Brand New Animal) se passa em uma sociedade onde seres humanos e humanos-animais precisam co-existir e, como os seres humanos não curtem co-existir com nada, existe muita tensão e preconceito, até mesmo ao ponto dos humanos-animais terem que se mudar para uma cidade própria, onde podem viver em "paz". O plot da série, pelo menos nesse primeiro episódio, acompanha a protagonista Michiru, uma humana-animal, chegando em Anima City e se envolvendo com uma galera muito estranha que quer estragar as comemorações do aniversário da cidade, além de conhecer um lobo muito mais estranho e bem violento.

BNA conta com a direção de Yoh Yoshinari (Little Witch Academia) e roteiro de
Kazuki Nakashima (Kill la Kill) e é exatamente o que você espera de uma dupla dessas. Antes de comentar sobre a série em si, preciso dizer que Little Witch Academia é minha obra preferida do Trigger e que não curto Kill la Kill, então estava bem dividido pra essa estreia. Porém, felizmente, me surpreendi bastante! Visualmente a série é um show de estilo e inventividade. O character design é lindo, o uso das cores neon dão uma energia muito bem-vinda ao mundo, a animação está impecável e todos os outros quesitos técnicos não ficam abaixo. Óbvio para o Trigger.

Com relação às personagens e argumento, aí que me pegaram. Porque, como também é costume do estúdio, as personagens são cheias de personalidade e a relação entre elas é pura química. Acompanhar Michiru interagindo com as figuras mais ambíguas e duvidosas o possível é muito interessante e você fica tão sem rumo quanto ela. Fora isso, a própria protagonista tem muito força e proatividade, o que faz com que ela guie a história por caminhos bem interessantes, ainda mais com o mistério que a envolve. Quanto ao decorrer do primeiro episódio, esse acontece de maneira bem natural e com a quantidade certa de ação, drama e comédia, mas preciso dizer que algumas escolhas na forma como algo é revelado e como Michiru se porta no final do episódio é estranho pra mim.

De qualquer forma, BNA é uma ótima estreia, muito impressionante visualmente e com argumento e personagens muito fortes. Se o que procura é um anime de ação dinâmico e com animação acima da média, essa é uma escolha certeira para esta temporada.


Sing "Yesterday" For Me


90's Indie Rock.

Algumas histórias te deixam pra baixo e essa me deixou. Não é como AnoHana ou Angel beats, que são histórias feitas para serem tristes, é algo bem mais na vibe de Welcome to the NHK, que chega a ser tão real que queima. E queima bastante.

A história acompanha Uozumi, um cara que se formou a pouco tempo na faculdade e não sabe que rumo tomar com sua vida. Nada parece realmente o interessar e ele faz o mínimo para não se machucar ou se frustrar muito. De alguma maneira, uma paixão e colega de faculdade retorna para sua vida ao mesmo tempo em que a estranha Haru, uma garota que anda com um corvo por aí, começa a fazer parte de sua vida.

Esse não é um anime de grandes exageros ou coisas do tipo, é só bem mundano e os relacionamentos e motivos dos personagens fazem a história correr, em um micro cosmo não muito distante. Eu gostei do que foi apresentado neste primeiro episódio, a animação é bonita, os designs são ótimos (a Haru é muito marcante) e o ritmo da narrativa não incomoda. O grande ponto mesmo é que o negócio toca em assuntos bem delicados e muito reais da nossa existência, e como me relaciono com alguns dos temas abordados, algumas coisas me deixam meio pra baixo.

Sing "Yesterday" for Me teve um primeiro episódio bonito e real, mas definitivamente não é pra todo mundo. Vou continuar assistindo até me deixar triste o suficiente para parar.

Mini-Review aleatória do filme "Yesterday"


Eu sei que esse "Yesterday" dos Beatles não tem nada haver com o anime, mas é uma oportunidade e oportunidades são para isso.

Esse filme é legal. Um cara (Himesh Patel) acorda um dia depois de um evento estranho e ninguém mais além dele lembra que os Beatles existiram. Como ele tentava ser músico, começa a tocar as músicas dos garotos de Liverpool e fica famoso. Aí a coisa se desenrola com ele tendo que lidar com isso moralmente e com o núcleo de comédia romântica do filme. O filme tem um conceito ótimo e momentos dramáticos muito bons, além de ser muito bem dirigido e atuado. Minha ressalva são escolhas narrativas para a personagem da Lily James. Ah, e Ed Sheeran interpretando Ed Sheeran. Não. Enfim, tirando essas coisas é bem legal. Nota: 7.5


Tower of God


Quem piscar primeiro perde.

Tower of God é o novo anime original da Crunchyroll, fruto de sua parceria com a Webtoon, numa empreitada conjunta que achei muito inteligente. Adaptando o manhwa super popular de SIU, a história acompanha Bam e sua busca por Rachel, na Torre de Deus.

Ok, esse anime te joga vários conceitos no primeiro episódio e vou fazer o possível para simplificar o máximo só o que é importante para esse texto. Nada é de fato muito claro. A Torre de Deus existe e quem chega no topo pode fazer qualquer coisa. Me lembrou bastante as dungeons de Magi, além das claras alusões a torre de babel (não confundir com aquele arco da LJA). A Rachel, amiga do Bam, quer ver as estrelas e aparentemente isso só é possível no alto da torre. Já o Bam quer encontrar ela e a partir disso surgem muitas explicações e conceitos diferentes sobre as pessoas que tentam subir a torre, o sistema que rege isso, a organização política lá de dentro e coisas assim. ISSO TUDO CITADO NO PRIMEIRO EPISÓDIO.

Não vou mentir, Tower of God não me pegou. É uma produção visualmente muito bonita, o character design é lindo, a animação é fluída e a colorização também merece um grande destaque, sem falar da trilha sonora, que se destaca nas cenas. Porém, seria bem mais fácil acompanhar tudo isso se o texto fosse mais enxuto. Não tem problema querer causar confusão no primeiro episódio, mas que faça isso direito, pois aqui deram muita exposição sobre coisas secundárias (e que devem ser importantes no futuro) e as informações que deveriam ser mais impactantes ficaram meio sobrecarregadas.

De qualquer forma, acho que Tower of God tem o que é preciso para se destacar em meio aos animes de ação do ano. É bonito e parece ter potencial, mesmo que seja muito apressado em te informar e desinformar das coisas ao mesmo tempo.


Listeners


♪♫ O que pensa que eu sou?
Se não sou o que pensou, me libera
Não insista
Vai viver um outro amor♫♪ 

"Listeners" é o novo anime do estúdio Mappa e do roteirista de Eureka 7, Satou Dai, e trata-se de uma ficção científica muito voltada a música. Parece uma ideia bem interessante, né? E de fato é, mas a execução é bem mais batida do que deveria, infelizmente.

Em uma cidade-lixão, as pessoas vivem suas vidas sem grandes aspirações e apenas no "agora", sem sonhar ou esperar grandes coisas para o futuro. Echo, um garoto que mora/trabalha no lixão, encontra uma garota desacordada que veio junto com o lixo de alguma outra cidade. Ele acolhe a garota em sua casa e descobre que ela se trata de uma "player", pessoa capaz de pilotar um mecha para lutar contra os "Sem Ouvidos", monstros que assombram este mundo. O que rola é que Echo é um grande entusiasta de players e mecânico amador de robôs (o que não é bem visto no lixão) e a garota perdeu a memória, então juntos eles vão viver desenvolvimentos narrativos bem previsíveis nesse mundo caótico.

Além de um conceito bem legal e visuais bem bonitos, "Listeners" entrega mesmo quando o assunto é a trilha sonora. Como os robôs são movidos a caixas de som, já era de se esperar que esse seria um grande foco, e, de fato, é um grande ponto forte do anime, as músicas são ótimas! E é isso, sabe, nada muito além. A narrativa, como já citei, não faz nada além do básico do básico: muita exposição, arquétipos de personagens já muito utilizados, pouca inventividade e só. Mas tem potencial, bastante, basta melhorar o texto mesmo.

"Listeners" é uma daquelas estreias que não causam grande alvoroço, porém, possui pontos fortes para te manter assistindo até que os outros pontos melhorem (ou descarrilhem de vez). Uma recomendação certa se você curte muito música, ou até mesmo mecha, e vale dar uma olhada se não encontrou mais nada que te interesse. Só não espere uma revolução.

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Antes das despedidas, é importante destacar que no momento estamos em meio a uma pandemia e medidas estão sendo tomadas para evitar o pior cenário. Nós do Hero Strike esperamos que estejam todos bem e pedimos que sigam as medidas da OMS para sairmos desse pesadelo o mais rápido o possível. Então, até lá, vamos ficar em casa assistindo animes!

Muito obrigado por ler até aqui! E não se esqueça de dar uma ouvida no novíssimo episódio do nosso podcast! AH, e gostaram do visual novo? Tanto aqui quanto nas redes, o que acharam? Eu adorei! Agradeço ao grande Mathias por esse ótimo trabalho!

Agora, se quiser ficar sabendo sempre que postarmos um novo texto, siga nosso perfil no Twitter ou curta nossa página no Facebook, onde avisamos sempre das novidades relacionadas ao blog!

Muito obrigado novamente, se cuidem e até mais!

Escrito por Thiago Almeida

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