Review Multiversal: Vida Longa à Realeza
Segunda minissérie original do Cartoon Network, "Vida Longa à Realeza"("Long Live the Royal", no original) estreou no último trimestre de 2015 na TV americana, conquistando a atenção de alguns, mas, sem sequer chegar perto do sucesso da primeira investida do estúdio no formato, "O Segredo Além do Jardim". Todavia, será que a realeza não merecia um lugar mais "fino" na lembrança dos telespectadores?
Na história que se passa em um mundo contemporâneo e medieval, a estranha família real precisa coordenar e participar do festival da lebre, uma festividade cheia de eventos estranhos, além de tentar manter uma boa relação familiar, mesmo com cada membro sendo bem único e diferente.
A obra é uma criação de Sean Szeles, que trabalhou ativamente na produção de "Apenas um Show", escrevendo e desenhando os storyboards de diversos episódios. Por isso, não à toa, "Vida Longa à Realeza" possui um senso de humor muito semelhante ao do show de Mordecai e Rigby, apresentando situações estranhas, personagens carismáticos e um humor com muitos toques de sarcasmo, ironia e até meio bobo, o que são características muito bem vindas em uma animação que visa agradar todas as faixa etárias.
Cada um dos 4 episódios da minissérie foca em um distinto membro da família real: no primeiro seguimos Peter, um dos filhos adolescentes, em sua missão de fazer amigos para o acompanharem em uma espécie de bumba meu boi lebre; No segundo, Rosalinda, a outra adolescente, quer ir em uma festa punk sem ser seguida pelos guardas reais, mas, para isso, terá que provar para seu pai, Rei Rufus, que é alguém responsável; o terceiro episódio acontece quando a rainha não deixa ninguém no palácio dormir por conta de seus roncos; Já o quarto e último episódio conta sobre a caçada da lebre sagrada pela criança encapetada da família, Alex.
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Irmãos. |
Mesmo com pouco tempo para um desenvolvimento mais profundo, todos os personagens principais são muito carismáticos, além de vários personagens recorrentes serem divertidos e até mesmo únicos, tornando o limitado mundo da animação mais rico. As piadas funcionam quase que 100% das vezes, são realmente engraçadas e criativas. Fato é que os 2 primeiros episódios da produção possuem mais força que os 2 últimos, muito se devendo a estes possuírem momentos mais intimistas e que passam um "senso de desenvolvimento" maior ao telespectador.
O character design da série é funcional, mas nada espetacular. Parte do público pode se incomodar pelos designs gerais não serem tão arredondados quanto o da maioria das animações modernas, mas isto se deve ao estilo da produção, sendo assim pura questão de gosto pessoal. O meu aprova. Em relação a trilha sonora, esta é realmente muito boa, sendo mais presente e impactante no segundo episódio.
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Além dos 4 episódios presentes na minissérie, um piloto foi exibido em 2014 e acabou faturando um cobiçado prêmio Emmy! |
"Vida Longa à Realeza" pode não ter se tornado um grande marco ou sucesso, porém não fez nada realmente errado. Talvez seu maior erro tenha sido ser lançada com o inescapável hype de "nova minissérie original" logo 1 ano após o grande hit "O Segredo Além do Jardim" estrear. Seus personagens são ótimos, o humor funciona muito bem e as pontas para uma sequência foram deixadas. Teremos ela algum dia? Somente a realeza, vulgo executivos do CN, pode responder. Entretanto, algo é certo: mesmo com sua curta estadia nas telinhas, "Vida Longa à Realeza".
Nota Crítica: 8
Nota Pessoal: 9
Escrito por Thiago Almeida
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