Primeiras impressões: "Ashe: Warmother"

"Ashe: Warmother" é a primeira minissérie em quadrinhos produzida pela Riot Games em parceria com a gigante Marvel Comics, baseada no universo fictício de League of Legends, jogo fenômeno que ajudou a pavimentar a existência dos eSports, e que contêm um grande e vasto universo para se explorar, e que já foi explorado em algumas outras pequenas HQs produzidas pela própria empresa.

Será que esta HQ, fruto da união da editora vermelha e a empresa de games, vive depois do Hype? Venha acompanhar minhas primeiras impressões para descobrir.

cortei propositalmente dando ênfase na Grena. Pq ela que é foda.





A minissérie é uma historia de origem da personagem título e conta a historia de como Ashe se tornou a líder de seu povo, bem como os últimos dias de sua mãe como líder. A HQ é escrita por Odin Austin Shafer, aparentemente um novato no mundo das HQs e chefe narrativo da "lore" do universo de League of Legends, e desenhada por Nina Vakueva, que trabalhou em 'Heavy Vinyl" e é também relativamente bem nova na indústria, mas diferente do escritor, o trabalho dela eu irei acompanhar.


OLHEM OS CENÁRIOS


A historia segue Ashe tentando convencer sua mãe que o mito que ela busca não é real, enquanto que Grena, mãe da protagonista, arrisca tudo para ir atrás do lendário Trono de Avarossa. O problema narrativo disto é que não nos contam o mito, e a personagem principal, Ashe, não aparenta ter nenhuma falha exceto ser "Jovem demais" (e mesmo assim ela é mais "pé no chão" que a própria mãe) embora isto seja reflexo de ser apenas a primeira edição.

A narrativa me incomodou. O fato desta historia ser um flashback narrado torna alguns balões recordatórios repetitivos com relação às imagens. Por exemplo: em um dado momento personagem X discute com personagem Y e o balão diz "Personagem X achava isso um erro, infelizmente o personagem Y não aceitava." Não é algo que necessariamente fere o valor da obra, mas é algo que pessoalmente não sou tão fã assim.

O destino não escolhe quem não é digno

Vemos nessa narrativa uma oportunidade perdida, se os papéis fossem invertidos, tendo a princesa da tribo de guerreiros, inexperiente e inocente, indo atrás de um mito que provavelmente não existe, e sua mãe indo atrás para parar a loucura de sua filha. Poderia ser uma historia mais "comum" de Mãe e Filha, Rainha e Princesa, tendo que se ajudar para salvar seu povo e crescer como pessoas. Isso seria extremamente clichê, porém funcionaria melhor, na minha opinião, do que "a rainha louca está arriscando a vida de todos e os mais velhos a seguem cegamente/são obrigados a segui-la" que é onde a historia tem sua raiz.

Os personagens como um todo não aparentam ter muito mais personalidade quando não estão falando sobre Grena, a líder deste "não-muito-bem-explicado" sistema tribal, foco desta historia, mãe da protagonista e antagonista principal neste primeiro capítulo. E isso teve um efeito em mim como leitor. Sinceramente, eu conseguiria falar por dez horas e milhões de linhas sobre como eu gostei muito mais da Mãe de Guerra do que da protagonista, que mostrou zero personalidade além de "eu me preocupo com você, mamãe" nesta primeira edição. Todos os outros personagens apenas falam sobre Grena e reagem às ações da líder, o que só faz aumentar minha simpatia pela personagem. Foi uma boa forma de estabelecer a trama, mas acabou desperdiçando alguns momentos e quadros que seriam importantes para caracterizar a protagonista.


Kratos que se cuide

A arte é de longe a melhor característica e, mesmo com o estilo de Vakueva sendo bem "genérico" para os padrões da indústria hoje em dia, ainda apresenta cenários deslumbrantes quando a historia vai para o campo aberto fora da vila dos personagens. A artista claramente está se esforçando nesta edição e isso torna "Ashe: Warmother" uma leitura gostosa e também gera potencial para vários Wallpapers. É válido lembrar que League of Legends tem algumas outras poucas HQs virtuais disponíveis gratuitamente para leitura, e todas tem como ponto positivo a arte sensacional, que varia, mas sempre mantém a qualidade. Você pode conferir essas HQs neste link.


Capa da primeira edição

Nota pessoal: 6/10 (FAÇAM A GRENA SER PERSONAGEM JOGÁVEL NESTE JOGO E EU VOLTO A JOGAR RELIGIOSAMENTE TODO DIA)
Nota crítica: por ser apenas a primeira de 4 edições, eu esperarei a mini-série acabar para dar uma nota crítica. A historia é promissora, embora não tenha gostado tanto de algumas escolhas do autor. É o preço de ser chato.

"Ashe: Warmother" terá 4 edições que serão copiladas em uma Graphic Novel com previsão de lançamento para Maio deste ano. Você pode conferir aqui a primeira edição. Até a próxima!

Escrito por Mathias

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