Review Multiversal: Cage!, de Genndy Tartakovsky
De tempos em tempos, as grandes editoras americanas nos pegam de surpresa apresentando crossovers inusitados, especiais estranhos e parcerias que você não sabia que queria ver. Em uma decisão peculiar e corajosa, a Marvel Comics deu, em 2016, sinal verde para o revolucionário Genndy Tartakovsky trabalhar com o brutamontes Luke Cage.
Para quem não conhece ou não se lembra de Genndy Tartakovsky, basta dar uma olhada na sua própria infância ou adolescência (ou vida adulta!): ele é um premiado animador criador de clássicos como "O Laboratório de Dexter", "Star Wars: Clone Wars" (sem o "The") e "Samurai Jack", fora ter dirigido a trilogia de filmes "Hotel Transilvânia" e ter dado vida ao injustiçado "Titã Simbiônico". É, ele é o cara.
"Cage!" é uma minissérie em 4 edições, sendo uma bela homenagem ao universo Marvel do final dos anos 70~início dos 80, de forma descontraída, bem humorada e ESTILOSA. Na história, os heróis de Nova York começam a desaparecer e Luke Cage parece ser o único que pode fazer algo a respeito.
Durante todas as 4 edições, Tartakovsky está em sua melhor forma. Sendo o roteirista e desenhista (assinando as cores também em uma edição), o animador faz o que sabe fazer de melhor: uma narrativa com grande apelo visual, ritmo e bom humor. Seu estilo gráfico inconfundível, aliado a uma criatividade quase sem limites para brincar com a mídia, fazem das 4 edições uma experiência extremamente divertida e que não se cansa de surpreender com enquadramentos, sequências de ação e jogos de cores que fazem os olhos brilharem.
Com essa obra Tartakovsky provou que domina a arte sequencial em todas suas facetas. Seu uso da mídia como ferramenta de potencialização visual é incomparável. |
Com relação a narrativa, roteiro não é nada ambicioso, o que funciona, pois a proposta da obra é ser algo mais descontraído e casual. Ou seja, não leia como leria uma megassaga cósmica ou uma graphic novel autobiográfica. Os diálogos, 100% voltados ao humor, remetem muito aos momentos mais cômicos de Samurai Jack, com situações exageradas e reações pontuais, além dos habituais trocadilhos com a língua inglesa.
Sendo uma experiência muito divertida (embora dispensável), "Cage!" passou muito abaixo do radar da maioria dos leitores de quadrinhos, mesmo se tratando de uma obra visualmente empolgante, impressionante e criativa, com um roteiro divertido e funcional. Genndy Tartakovsky é um animador revolucionário e um dos mais talentosos de sua geração, o que faz com desta minissérie, ainda que obscura, um importante marco para fãs de animação e quadrinhos.
Nota Pessoal: 10!
Nota Crítica:10!
Escrito por Thiago Almeida.
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