Animes da Temporada #5: Mais profundo que a piscina do clube
Alguns animes se tornam tão bons que é até difícil classificar. Todavia, quando um é muito ruim e consegue se reerguer e ficar bom, merece mérito também, não? Nesta boa semana para se fazer reviews, apresentamos reflexões, melhoras e muito texto pretensioso! Se divirta!
Mob Psycho 100 II- Episódio 5
Já pensou como seria sua vida se você não tivesse nenhuma das pessoas que te dão apoio? Como viveria se tudo ao seu redor fosse dor, angústia e sofrimento não justificado e causado pelos outros? Se fosse fraco e não houvesse esperança, tudo o que iria querer é força para superar esta situação. Mob Psycho 100 II, em seu quinto episódio dos 13 programados, nos insere em uma realidade alternativa onde as crenças e perspectivas de nosso protagonista são direta e brutalmente questionadas.
Quando o mundo todo parece girar contra Mob, sem seus poderes e sem suporte de seus amigos ou familiares, seus reais valores são postos a prova. Asagiri Minori, a garota de cabelos roxos que foi possuída por Mogami, é a principal causa do sofrimento de Shigeo Kageyama na realidade alternativa, o tornando alvo de seu cruel bullying (no Japão esta é uma questão ainda mais séria e assustadora), para garantir sua posição como aquela com quem os outros querem fazer amizade ou estar. Para ser quem ri e não quem chora. Para provar sua "tese", o Mogami faz com que o garoto passe por 6 duros meses, sem nenhuma esperança, no duro mundo onde só existe dor. Um mundo muito parecido ao que tornou Mogami quem ele é (foi? Ele é um espírito, esta é uma questão complicada). Ao ser encurralado e espancado sem motivo, Mob tem seus poderes devolvidos por Mogami e, junto de todos seus sentimentos dolorosos guardados por meio ano (não no mundo real), ele tem a força que aqueles sem esperança tanto buscam para escapar dos dias de escuridão: suas ações? As mais humanas o possível: forçar sua saída e... mostrar misericórdia. Misericórdia que pessoas tragadas de sentimentos que ferem os outros não mostram e atacam Mob pelas costas. Perdendo a cabeça e prestes a explodir, Kageyama é surpreendido e parado por Covinhas, que entrou com uma ajudinha neste mundo. Com sua ajuda, o ésper consegue se lembrar das pessoas que o ajudaram a mudar e se tornar alguém melhor, mais forte.
Essa primeira parte do episódio, onde Mob está dentro desta sombria realidade alternativa, insere na trama questionamentos que aprofundam a batalha de conceitos iniciada no episódio anterior: primeiro com o protagonista x como ele se sentia quando possuía poder e agora, sem e em meio a um desespero causado pelos outros de qual não consegue escapar. Quando tinha poder, não queria tê-lo, quando não o têm, tudo o que mais deseja é tê-lo. A narrativa ainda faz uma ligação indireta com os últimos questionamentos do protagonista no terceiro episódio: se decidisse "exorcizar" humanos, alguém poderia pará-lo? Este é literalmente Keiji Mogami, um paranormal ultra poderoso que começou a matar pessoas que causavam o sofrimento dos outros. Mogami é o "Mob que deu errado". O "Mob que nasceu em um mundo de sofrimento e sem esperanças". A realidade é que ambos são lados da mesma moeda.
O corajoso e muito subjetivo capítulo ainda explora outros questionamentos em meio a uma atmosfera cruel e carregada, indagando a posição social e como se deve usá-la para ser aquele que ri, trabalhando conceitos como coragem e egoísmo, potencializando-se ainda mais tematicamente ao contrastar perspectivas, que de fato são criadas em ambientes muito diferentes: pensar sempre em si mesmo e no seu poder para você ou o poder para os outros e a mudança que uns podem fazer nos outros para melhor. Mesmo não trabalhando o tema tão profundamente como outros trabalhados, o perdão para seguir em frente em um mundo onde todos tenham a chance de mudar (tema muito bem em Planet With), o perdão necessário para que exista um amanhã onde ninguém precisa sofrer.
Em sua segunda metade, o episódio se volta para uma batalha de conceitos literal, com o embate entre Mob, restaurado e cheio de certezas ao perceber a importância dos outros, e Mogami, com seus espíritos malignos, que servem perfeitamente como metáfora para os sentimentos ruins que acumulou durante sua triste vida. A batalha, com qualidade técnica experimental, criativa e storyboards simplesmente maravilhosos, consegue a proeza de intensificar a força temática do episódio, ampliando-a por meio de metáforas visuais, enquadramentos e ótimas frases dos personagens, sobre mudança e relacionamento com os outros.
Vencendo a batalha de conceitos e a literal, Mob consegue salvar o dia e finalmente se entender e encontrar como pessoa, decidido a usar seu poder para ajudar a mudar os outros, e grato por todos aqueles que o ajudaram a crescer. Mogami é capturado por um misterioso paranormal (provavelmente veremos eles novamente) e Asagiri, a garota que Mob salvou, a mesma que o maltratou na realidade alternativa, pede desculpas por tudo. Reconhece seus erros e Mob a perdoa, permitindo que esta seja mudada por ele.
No que diz respeito aos méritos técnicos, preciso muito citar que a atenção as expressões dos personagens é impecável e totalmente eficiente. O episódio não teria o mesmo impacto sem elas. Já citei antes, porém, novamente, a animação e storyboards são demais. Os enquadramentos fomentam a experiência com ângulos que focam na reação dos personagens, na distorção causada pelo sofrimento e, na batalha final, contemplam a imensidão do combate de conceitos e a maneira como Mob encara o mundo, de fora para dentro. Efeitos de luz, sombra, partículas e explosões são também usados de maneira espetacular, adicionando mais ainda a experiência.
O uso das cores desbotadas e do widescreen complementam a inserção na realidade paralela, muito mais sombria e sem vida. Meio desconexo, mas ainda vale destacar o character design da série, que faz com que TODOS os personagens sejam muito diferentes um dos outros. Até mesmo quando o corpo de Mob está possuído por Covinhas ele parece alguém totalmente diferente.
Para finalizar, gostaria de descrever uma das últimas cenas do episódio: Reigen está comendo um hambúrguer e falando que Mogami foi engolido pelos próprios poderes. A cena corta para Mob e ele está tomando refri em um copo com canudinho. Mob Psycho 100 II é genial.
Nota: ???%
O corajoso e muito subjetivo capítulo ainda explora outros questionamentos em meio a uma atmosfera cruel e carregada, indagando a posição social e como se deve usá-la para ser aquele que ri, trabalhando conceitos como coragem e egoísmo, potencializando-se ainda mais tematicamente ao contrastar perspectivas, que de fato são criadas em ambientes muito diferentes: pensar sempre em si mesmo e no seu poder para você ou o poder para os outros e a mudança que uns podem fazer nos outros para melhor. Mesmo não trabalhando o tema tão profundamente como outros trabalhados, o perdão para seguir em frente em um mundo onde todos tenham a chance de mudar (tema muito bem em Planet With), o perdão necessário para que exista um amanhã onde ninguém precisa sofrer.
Em sua segunda metade, o episódio se volta para uma batalha de conceitos literal, com o embate entre Mob, restaurado e cheio de certezas ao perceber a importância dos outros, e Mogami, com seus espíritos malignos, que servem perfeitamente como metáfora para os sentimentos ruins que acumulou durante sua triste vida. A batalha, com qualidade técnica experimental, criativa e storyboards simplesmente maravilhosos, consegue a proeza de intensificar a força temática do episódio, ampliando-a por meio de metáforas visuais, enquadramentos e ótimas frases dos personagens, sobre mudança e relacionamento com os outros.
Vencendo a batalha de conceitos e a literal, Mob consegue salvar o dia e finalmente se entender e encontrar como pessoa, decidido a usar seu poder para ajudar a mudar os outros, e grato por todos aqueles que o ajudaram a crescer. Mogami é capturado por um misterioso paranormal (provavelmente veremos eles novamente) e Asagiri, a garota que Mob salvou, a mesma que o maltratou na realidade alternativa, pede desculpas por tudo. Reconhece seus erros e Mob a perdoa, permitindo que esta seja mudada por ele.
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| Tudo o que você acredita. Tudo o que você é. O conceito de "você" é o ser mais poderoso. |
No que diz respeito aos méritos técnicos, preciso muito citar que a atenção as expressões dos personagens é impecável e totalmente eficiente. O episódio não teria o mesmo impacto sem elas. Já citei antes, porém, novamente, a animação e storyboards são demais. Os enquadramentos fomentam a experiência com ângulos que focam na reação dos personagens, na distorção causada pelo sofrimento e, na batalha final, contemplam a imensidão do combate de conceitos e a maneira como Mob encara o mundo, de fora para dentro. Efeitos de luz, sombra, partículas e explosões são também usados de maneira espetacular, adicionando mais ainda a experiência.
O uso das cores desbotadas e do widescreen complementam a inserção na realidade paralela, muito mais sombria e sem vida. Meio desconexo, mas ainda vale destacar o character design da série, que faz com que TODOS os personagens sejam muito diferentes um dos outros. Até mesmo quando o corpo de Mob está possuído por Covinhas ele parece alguém totalmente diferente.
Para finalizar, gostaria de descrever uma das últimas cenas do episódio: Reigen está comendo um hambúrguer e falando que Mogami foi engolido pelos próprios poderes. A cena corta para Mob e ele está tomando refri em um copo com canudinho. Mob Psycho 100 II é genial.
Nota: ???%
Assista Mob Psycho 100 II na Crunchyroll!
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| Me vê 2 Big Mobs e um sorvete. |
Kemurikusa- Episódio 6
Em seu sexto episódio de uma dúzia, não tenho muito o que falar sobre Kemurikusa essa semana. Foi legal!
Começando exatamente onde o último episódio nos deixou, Wakaba, perdido em uma caverna da ilha 6, se encontra com uma nova e misteriosa garota. Aqui, ela se revela Riku, uma das irmãs que supostamente morreram. Os dois personagens conversam sobre o mundo estranho em que vivem e, obviamente, sobre kemurikusas, com Wakaba aprendendo interessantes novos conhecimentos no processo! Riku, que diz estar em uma missão com outra irmã não-morta-mas-supostamente-sim, deixa o baka e segue seu caminho após pedir para que o encontro deles não seja revelado para as outras. Depois de voltar para as personagens recorrentes, o protagonista faz um bom uso de seus novos conhecimentos, o que os leva para a última cena: em frente a uma árvore gigante, coisa nada comum neste mundo.
Este capítulo dá um belo "boost" nos mistérios da série, os tornando mais interessantes e intrigantes, além de inserir uma nova personagem. Que é surpreendente legal! Sua personalidade não depende de sua burrice funcional, ela parece ter opiniões e, mesmo sendo um arquétipo de personagem genérico, é o melhor que a série apresentou até agora, tanto em questão de carisma, função narrativa e character design. Entretanto, o grande momento do episódio acaba sendo quando Wakaba está lendo relatos sobre o passado, a série consegue fazer um ótimo uso de sua trilha sonora e montagem.
O episódio também contou com menos erros técnicos e maior consistência, com bons momentos onde a qualidade de animação não decepcionou, sendo que, estes momentos foram muito impulsionados pela importância narrativa para o episódio, como o mini-embate-treino entre Riku e Wakaba.
Com qualidade oscilante ao passar dos episódios, Kemurikusa entregou o episódio final da primeira metade de seu "run" de maneira bem satisfatória.
Nota: 7!
Assista Kemurikusa na Amazon Prime Video!
Então, por essa semana é isso! Não esqueça de deixar seu comentário nos dizendo o que achou dos animes e, claro, um feedback sobre os textos será muito bem vindo! Obrigado por ler até aqui e...
Nós não fazemos a review do anime que você assiste? Não falamos muito de mangá? O Marcos faz tudo isso! Dá uma conferida no canal dele, conteúdo de super qualidade! Clique AQUI para ser redirecionado até lá!
... Até mais!
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