Primeiras Impressões: DC Super Hero Girls (2019)


Nova aposta da Warner Bros. Animation em parceria com o Cartoon Network para atrair o público jovem, DC Super Hero Girls estreou neste mês de maio de 2019 na tela do feed brasileiro do canal da Turner. Sendo uma reformulação de uma franquia de relativo sucesso feita por uma especialista em reformulações de franquias de relativo sucesso, o que os primeiros episódios da nova série nos dizem sobre seu potencial?

Antes de irmos para a série, acho necessário falarmos da franquia em si e do que está acontecendo com ela agora. DC Super Hero Girls é uma franquia de figuras de ação da DC/Warner com foco no mundo das heroínas, tendo como público alvo garotas de diversas faixa etárias. A franquia teve seu início em 2015, com um website, brinquedos fabricados pela Mattel, quadrinhos, livros, filmes lançados direto para o vídeo, crossovers com lego e até mesmo uma web série com 5 temporadas. 

A série original.

Em 2017, a DC revelou que a linha seria reformulada por Lauren Faust, amplamente conhecida por ser a criadora e desenvolvedora do reboot de My little Pony, My Little Pony: A Amizade é Mágica, um estrondoso sucesso que vem fazendo minha irmãzinha falir minha família cada vez mais rápido. Fora MLP, Faust trabalhou em séries animadas de peso como A Mansão Foster para Amigos Imaginários, As Meninas Super Poderosas (o original) e Galáxia Wander (que vc deveria assistir). Entretanto, a maior influência que veremos na série, e provavelmente o motivo pelo qual Lauren foi contratada, é Super Best Friens Forever, série de 5 curtas desenvolvidos pela animadora para o bloco DC Nation, e que definitivamente podem ser considerados pilotos para a nova série (que vc pode encontrar o link para ver online no fim do texto). Sem mais delongas, vamos falar um pouco sobre a nova versão em si:

A nova série.

Em uma escola de Metrópolis, seis adolescentes super poderosas se juntam para combater o crime e, claro, ir bem nas provas, sendo elas na verdade: Batgirl (Barbara Gordon), Mulher Maravilha, Lanterna Verde (Jéssica Cruz), Supergirl, Abelha e Zatanna.

A série estreou no Cartoon Network dia 23 de maio, com a exibição do especial de 1 hora "#SweetJustice" e relativamente uma boa divulgação por parte do CN, o que não é muito normal. Nessas primeiras impressões, vou falar justamente de "#SweetJustice".

De cara, podemos notar que Lauren Faust usou dois grandes pilares para construir sua série: seus curtas de Super Best Friends Forever e sua versão dos pôneis coloridos. Da mesma forma que a ação e humor são frenéticos como nos curtas, as aventuras passam por grandes camadas de vida cotidiana, com diversos personagens secundários e, claro, um grupo de 6 protagonistas (com personalidades quase idênticas a dos pôneis). Todavia, mesmo que a série possa trazer muita familiaridade para os que já acompanham o trabalho da criadora (bom lembrar que MLP termina esse ano, será que a ideia é agarrar seus seguidores?... Claro que é), existem elementos que se tornam muito originais aqui, dando uma vibe completamente diferente dos outros cartoons do CN.


Mesmo fazendo parte da mesma franquia e tendo similaridades, já podemos notar grandes diferenças entre a antiga e nova versões: enquanto a primeira se passava em uma escola de super-heróis, a nova se passa em uma escola comum, com as personagens tendo que administrar suas "vidas normais" e combater o crime, sem deixar que descubram suas identidades secretas. E eu adorei isso! Para quem cresceu vendo animações de ação nos anos 2000, aqui temos um prato cheio, coberto de slice of life e combate ao crime badass.

O grupo de personagens principais é cheio de carisma e funciona de maneira divertida e dinâmica, sendo que as personagens se destacam tanto como grupo quanto individualmente. Minhas preferidas são Supergirl, a delinquente rock'n roll, e Batgirl, a super alto astral e cérebro da equipe.

Com relação aos visuais, a série adota um estilo de formas e cores muito utilizado nas já citadas animações de ação dos anos 2000. As personagens não seguem um único padrão de corpo, variando em estrutura, altura e peso, o que é muito positivo. As lutas são dinâmicas, os momentos de ação possuem boas coreografias e uma trilha sonora bem legal ao fundo, nada acima do padrão, mas ainda sim bem legal.

Super Best Friends Forever.

Por fim, meu maior problema com DC Super Hero Girls está em uma de suas decisões de localização. Aparentemente, a dublagem foi feita no renomado estúdio Delart do Rio de Janeiro, e, não me levem a mal, está ótima. O problema real que me incomodou é a escolha de usar os nomes originais das super heroínas para todas. Batgirl e Supergirl já estamos acostumados, mas Green Lantern e Wonder Woman? Por quê? Essa decisão parece muito algo vindo dos clientes (no caso, Warner/DC/CN), porém não deixa de ser muito esquisito e incomodar.

Fora esta questão "nacional", sinto que o roteiro poderia receber um pouco mais de polimento em alguns momentos, já que acontecem alguns cortes narrativos meio abruptos nestes primeiros episódios, todavia, nada que realmente incomode, como o caso dos nomes.

Wonder WoMULHER MARAVILHA.

De maneira geral, a nova versão de DC Super Hero Girls teve seu início de maneira muito promissora. Demonstrando ser uma ótima série que mistura fortes elementos de slice of life e ação, as super-heroínas tem tudo para agradar tanto novos fãs de animação, quanto os mais antigos. A DC se destaca com suas produções animadas ao saber dosar e direcionar seu conteúdo sem descartar aqueles que não são seu público alvo, e aqui ela novamente mostra que está anos a frente da concorrência nesse quesito. Entregar esta missão para lauren Faust foi sem dúvidas um grande acerto. Você definitivamente não precisa ser uma garota maneira para se divertir vendo garotas maneiras chutando traseiros, mas vai se sentir muito bem representada se for!


DC Super Hero Girls vai ao ar no Cartoon Network e SBT, além de estar disponível na Netflix.

DC Super Villans Girls!

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Escrito por Thiago Almeida

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