Review Multiversal: Infinity Train Book 2: Cracked Reflection


Ano novo, temporadas novas de nossas séries preferidas! Olá, você leitor! Estamos oficialmente de volta com esta área de cultura pop não muito pop comentada por pessoas nada pop no blog! Depois de umas boas férias em um cruzeiro espacial com visão luxuosa para Júpiter, está na hora de voltar ao trabalho. E hoje falaremos novamente sobre Trem Infinito, todos a bordo!

Após uma excelente temporada de estreia, Trem Infinito retornou no início de 2020 com sua segunda leva de episódios e segunda antologia, que pode ser vista tanto como um spin-off da história anterior quanto como uma história completamente nova. Mas bem, antes de tudo, acho importante colocarmos os termos e avisos em ordem: Se você não conhece nada sobre Trem Infinito, recomendo clicar aqui e ir diretamente para o texto de primeiras impressões, onde explico tudo. Como esta é uma review referente a segunda temporada da série, é inevitável dar spoilers sobre o primeiro ano e, spoilers leves, deste segundo. Se não quiser saber nada, nada mesmo, recomendo assistir as duas temporadas primeiro e depois ler esse texto. Avisos dados, HORA DE PARTIR PARA A ANÁLISE!

Em algum lugar desconhecido, além do nosso plano, o trem infinito continua sua viagem sem fim enquanto seus passageiros tentam procurar uma saída. Porém, depois dos acontecimentos causados por Tulip no vagão dos espelhos, MT (Mirror Tulip) está tentando encontrar seu próprio caminho enquanto foge dos Flecks (a polícia do mundo dos espelhos/ vagão cromado), só que as coisas tomam uma direção inesperada quando ela conhece o passageiro Jesse e o super cervo Alan Drácula.


Todo mundo ficou espantado quando descobriu que IT se tratava de uma série antológica e não de uma série corrente. As possibilidades de se explorar o mundo e a jornada de Tulip eram praticamente (não vou me desculpar pelo trocadilho) infinitas e ninguém estava pronto para apenas 10 episódios. Com a revelação de que a segunda temporada apresentaria um novo protagonista, acompanhado pela Tulip do espelho (que surgiu no epi 7 da temp 1), todos ficaram mais confusos ainda. Como isso iria funcionar? Bom, não sei como responder essa pergunta completamente, todavia, preciso dizer que funcionou e funcionou muito bem.

Talvez por conta de tudo ser tão diferente do esperado e a equipe de produção, encabeçada pelo criador Owen Dennis, ter tomado escolhas pouco usuais no mundo dos cartoons mainstreams, o que foi feito neste segundo livro tenha se potencializado como uma das melhores surpresas dos últimos anos no mundo da animação. A nova temporada melhora todos os já excelentes aspectos da anterior e ainda apresenta novas discussões e indagações para o seu mundo, sem cair em erros muito comuns de guardar segredos por tempo demais ou ter medo de seu espectador.


Durante os curtos, porém super bem amarrados, 10 episódios, seguimos MT, Jesse e o carismático cervo Alan Drácula seguem sua jornada, cada um por motivos diferentes e, tirando o animal silvestre, mais concretos e bem desenvolvidos do que vimos no arco narrativo anterior, onde apenas Tulip do trio principal tinha realmente desenvolvimento de personagem significativo.

Imagine passar doze anos sendo o reflexo de alguém? Deve cansar, não? MT agora está em busca de sua própria identidade e liberdade e, ainda que não sabendo direito como conseguir isso, faz o seu melhor para encontrar suas respostas por ela mesma. Entretanto, os flecks estão atrás dela e podem surgir de qualquer superfície reflexiva para dar um fim a sua vida. Quanto a Jesse, o passageiro da vez, é um garoto bem simpático, mas que é facilmente manipulado pelos outros e tem dificuldade para se impor. O Alan Drácula é um cervo com uns poderes muito maneiros. Juntos, a garota cromada, o passageiro confuso e o amigo animal precisam aprender mais sobre eles mesmos e tomar difíceis decisões se quiserem descobrir uma maneira de vencer seus problemas.

Fora o interessante e com ótima química trio de protagonistas, somos apresentados a novos personagens, conceitos e temas, que estão encaixados aqui de maneira mais coesa e orgânica, sendo que o ritmo da trama desta vez contribui para que todos os elementos narrativos tenham tempo o suficiente para serem desenvolvidos e, alguns deles, se tornarem até mesmo memoráveis. Por exemplo, os flecks, temos muito mais deles aqui, conhecemos seu ciclo existencial, organização e compreendemos suas escolhas, sendo que são os antagonistas principais desta vez. Todos estes aspectos são de extrema importante para que momentos chave da série funcionem. E eles funcionam.


Visualmente, o trem e a toda a atmosfera que envolvem a aventura estão mais sombrios e outonais (?), com os vagões tendo uma diversidade muito bem-vinda entre o bizarro, legal mas um pouco esquisito, perturbador (e como!) e os vagões mais sci-fi. A trilha sonora, por Chrome Canyon novamente, casa perfeitamente e amplifica da melhor maneira tanto os momentos impactantes quanto os mais casuais, fazendo um ótimo uso dos sintetizadores sempre.

Expandindo o seu mundo, entregando respostas importantes e apresentando uma nova jornada, com novos temas e personagens interessantíssimos, Infinity Train Book 2 é uma sequência perfeita e inesperada para a série antológica do Cartoon Network. Com escrita inteligente, coragem e ótimos aspectos técnicos, Owen Dennis e sua equipe provaram mais uma vez que a mídia da animação possui um potencial gigantesco e de certa forma pouco explorado para se contar excelente e diferentes histórias.

Nota crítica: 9.5/10!
Nota pessoal: 10/10!


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Escrito por Thiago Almeida

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