Primeiras Impressões: Infinity Train


Estamos em 2019 e, durante a San Diego Comic Con, houve o painel voltado a Infinity Train. A série só estreia oficialmente no dia 5 de agosto, mas rolou uma pré-estreia do primeiro episódio no evento, que se estendeu ao app oficial do CN USA e, a uma live no YouTube, qual eu, não perdi. Nesse texto, responderei, com sinceridade, a pergunta que assola a comunidade da animação nas últimas semanas: o trem do hype leva de fato a algum lugar?... E, claro, antes de tudo, a pergunta que assombra aqueles que acabaram de entrar aleatoriamente neste texto: o que diabos é Infinity Train?

Há 3 anos, Owen Dennis (que era um escritor/ artista de storyboard em Apenas um Show) surpreendeu a comunidade de fãs de animação com seu despretensioso piloto do tradicional programa de pilotos do Cartoon Network, um curta com grande foco em mistério e ficção científica chamado Infinity Train. Com 1 mês no ar, o piloto alcançou a expressiva marca de 1 milhão de visualizações, ganhando uma inesperada e grande fanbase que não deixou o canal infantil da Turner descansar até anunciar uma série completa. E de fato aconteceu!


A premissa da série/ piloto é que Tulip, uma garota de 13 anos, está presa junto a o estranho robô One-One em um trem que parece não ter fim e que cada vagão é um novo mundo que eles precisam atravessar, sem ter ideia do que possa estar esperando ou de quando chega o fim.

Diferentemente do piloto, onde Tulip já está presa no trem há um tempo, o primeiro capítulo da série nos apresenta a protagonista em sua vida antes do ocorrido e seu caminho até ele. É muito difícil falar muito mais do enredo sem estragar surpresas muito interessantes, então vou me resumir a comentar todos os aspectos sem dar spoilers!


A narrativa aqui pega de jeito, e pega rápido. Elementos importantes da personalidade e vida de Tulip são apresentados logo nos primeiros minutos, dando uma base muito boa para nos relacionarmos com a garota pelo que vem a seguir. Por todo o caminho percorrido no primeiro episódio, fora e já embarcado no trem infinito, o roteiro não para de introduzir elementos criativos e interessantes, tanto em seus personagens quanto em seu mundo, fazendo uso de relações pessoais, linguagem visual que nos remete a ótimos filmes de ficção científica, suspense e grande influência em videogames, afinal de contas, é tudo sobre passar fases, não?

Os diálogos aqui são pontuais, há um ótimo equilíbrio entre tons, transitando naturalmente entre o drama, ação, suspense e humor, recorrendo quase nunca a os tão temidos diálogos expositivos e, sendo muito engraçado quando precisa! Infinity Train pode ter apenas 11 minutos por episódio, mas usa cada segundo com maestria.


Claro que, para os diálogos funcionarem eles dependem muito dos personagens. E, OLHA, ELES FUNCIONAM. Tulip é uma garota teimosa, arrogante e sarcástica, que não se importa em mostrar que não gostou de algo da maneira mais rude o possível, além de muito inteligente e uma amante de videogames. Ela parece tão real. Sua relação com o mundo a sua volta e com as outras personagens parecem verdadeiras e, estando em um trem onde cada vagão é uma fase totalmente nova, ela não consegue deixar seu lado gamer não se exaltar, mesmo estando muito confusa e irritada com toda a situação. Já One-One, o robozinho esférico, possui um lado alegre e otimista (Glad-One) e outro totalmente mórbido e melancólico (Sad-One). É hilário e, a dinâmica com a cabeça quente Tulip, deixa tudo ainda melhor.

Quanto aos visuais, estes são lindos. O character designer, apesar de simples, é original e agradável. Os backgrounds são um show a parte, com influência impressionista, dão o toque sombrio que a atmosfera da série tanto usufrui. A direção de arte como um todo sabe transitar muito bem entre composições coloridas e cheias de vida e lugares mais apocalípticos. O trem em si é assustador, frio e desconfortavelmente sombrio, assim como a dimensão(??) por onde vagueia, contrastando com seus criativos vagões. 


Bom, eu vi apenas o primeiro episódio e os trailers lançados, mas tem tanto potencial. Cada vagão pode ser uma porta de entrada para qualquer coisa, qualquer coisa mesmo! E, Tulip e One-One são personagens tão carismáticos, vê-los em diferentes situações só me faz pensar em o quão divertida e interessante a série pode se tornar, enquanto o grande mistério da natureza do trem está sempre presente e sendo resolvido aos poucos.

Infinity Train se tornou conhecido na internet muito rápido, muito mesmo. Naturalmente, um grande hype se acumulou para a estreia da série e o medo de mais uma grande decepção não era pouco. Felizmente, o Cartoon Network, Owen Dennis e sua equipe nos provaram que todo este medo era desnecessário. O hype não só é real, como a qualidade e potencial também são. Agora que a série finalmente ganhou vida, não sei qual será a próxima parada, mas espero que ela demore muito para chegar.

Infinity Train estreia oficialmente no dia 5 de agosto no CN USA! Infelizmente, ainda sem data pro feed brasileiro, mas não deve demorar!

[ATUALIZAÇÃO]: Foi confirmado pelo criador da série em seu twitter que Infinity Train se trata de uma minissérie composta por 10 episódios, e todos serão exibidos entre 5 e 9 de agosto, 2 episódios por noite. Bom, isso me deixa animado e decepcionado. Estava esperando uma série completa, mas uma minissérie, com história direta e fechada, assim como O Segredo Além do Jardim, é um bom negócio e, como foi decisão do criador, estou confiante e ansioso. Vai ser bom demais! E que coragem do CN em priorizar a visão de seus criadores, mesmo o projeto tendo tanto potencial para durar anos. Estou realmente surpreso.

[ATUALIZAÇÃO da ATUALIZAÇÃO]: Ok, confirmaram uma segunda temporada (?!). Não especificarem como vai funcionar, mas tudo indica que Infinity Train será uma antologia, com cada temporada tendo protagonistas diferentes. Bom, legal.


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Escrito por Thiago Almeida

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