Review Multiversal: A Caminho da Lua

A lua é misteriosa. Será que ela é feita de queijo? Ou será um ovo alienígena? Talvez uma deusa asiática viva lá! Quem sabe? Para sanar essa dúvida de uma vez por todas, acompanhei a jornada da jovem Fei Fei até o satélite natural de nosso planeta e tenho alguns comentários para fazer. Vamos lá!

Neste musical animado, uma garota constrói um foguete e decola, na esperança de encontrar uma deusa da lua mítica. (Sinopse traduzida e reproduzida do IMDB).

Comandado por Glen Keane e co-comandado por John Kahrs, ambos veteranos da Disney e da Pixar, respectivamente, O Caminho da Lua (Over The Moon, 2020) conta com uma equipe de produção técnica de peso. Os estúdios que encabeçaram o projeto foram a Netflix Animation, Glen Keane Productions, Sony Pictures Imageworks e o Pearl Studio, sendo que este segundo surgiu como uma subsidiária chinesa da DreamWorks,  mas agora caminha com as próprias pernas e vem mostrando muita qualidade em seus trabalhos recentes, este filme incluso.  

Os visuais aqui são tudo o que se pode e não se pode esperar do melhor que o CGI pode entregar. Uau é pouco. A produção brinca muito com luzes e formas simples, fazendo um ótimo uso do "estica e puxa" da animação. Com relação ao design das personagens, ainda que puxe para o realismo em seus personagens humanos (todos chineses!), A Caminho da Lua tem muitas formas estranhos e mais cartunescas, soltando a imaginação para seus momentos mais fantasiosos.

Quanto a trama, esta trata de temas muito humanos, sobretudo o luto. Como continuar vivendo quando a pessoa que você mais ama no mundo se foi? O que fazer com toda essa dor e angústia que fica em nosso peito? Perguntas muito difíceis de se tratar e que todos nós sabemos a "resposta", mas o filme faz um bom trabalho em reafirmar: é necessário seguir em frente. Tratar destes temas em um filme infantil é muito importante, porque assimilar esses assuntos difíceis quando criança, seja que uma criança esteja ou não passando por um momento como esse, é muito importante. Muito importante.

Em seu primeiro ato, o filme traz a tona uma sobriedade surpreendente. As relações são construídas com calma e atenção, todas as peças são colocadas em seus devidos lugares e a atmosfera te prepara para uma aventura que promete ser muito emocional. Isso no primeiro ato, que faz tudo certo em te preparar. Todavia, infelizmente, os dois atos seguintes não entregam o que esperamos.

A partir do segundo ato a narrativa injeta altas doses de fantasia, o que é bom e necessário, quando dosado e com a abordagem adequada. "Pressa" é a palavra aqui. Existe uma pressa enorme para chegar em uma das personagens centrais do longa e, principalmente, em criar o "objeto" que conectará o segundo e terceiro atos. A atmosfera é deixada de lado e logo temos diversas cenas apressadas e sem peso, com as personagens fazendo coisas que não esperamos dela (da Fei Fei, sendo mais específico) enquanto procuram algo que nem você, nem eu e nem o filme sabem direito o que é, porque é ou como é.


O terceiro ato tentar reinserir a carga emocional e, mesmo com visuais belíssimos, eu já estava distante demais. Foi bonito, só que já tinham me perdido neste ponto. As muitas soluções preguiçosas para problemas apressados acabaram por dificultar a reconexão com o arco das personagens, com o que estava em jogo e com o que significava esta conclusão. Ainda assim, o filme no geral faz um bom trabalho em tratar do assunto, ainda que ignorando alguns elementos bem importantes na hora de contar sua história.

Como disse antes, Glen keane, um dos diretores do filme, trabalhou em dezenas de produções da Disney. Tarzan, A Princesa e o Sapo, Aladdin, entre outros, e é possível ver bastante desta influência na animação, assim como nas canções. A Caminho da Lua é uma aventura musical, então canções é o que não vai faltar. Tem muitas e a maioria são boas, se você é um fã dos musicais da Disney, vai curtir. Eu não sou e gostei de várias músicas, um atrativo a mais pro filme.  

A Caminho da Lua é um filme com algumas crateras no roteiro, um tema muito importante de ser abordado tratado com respeito e boas canções. Sendo uma aventura musical inconsistente narrativamente e com todas as qualidades visuais esperadas de uma animação CGI, é uma boa pedida para conferir em uma tarde meio tristonha, em um dia difícil ou em um momento com a família.

NOTA: 6.5!

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Antes das despedidas, é importante destacar que no momento estamos em meio a uma pandemia e medidas estão sendo tomadas para evitar o pior cenário. Nós do Hero Strike esperamos que estejam todos bem e pedimos que sigam as medidas da OMS para sairmos desse pesadelo o mais rápido o possível. Então, até lá, vamos ficar em casa assistindo séries, desenhos, animes e filmes! E lendo quadrinhos! E jogando RPG!

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Escrito por Thiago Almeida


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