Borras de Tinta: Little Witch Academia (Mangá)


Acreditar no seu coração é a sua magia! Olá, leitores! Como todos sabemos, é muito mais do que comum que animes sejam adaptações de mangás já em publicação. Porém, o inverso também acontece, embora com menos frequência e resultados positivos. Hoje, vamos falar da adaptação em mangá das bruxinhas do Trigger, Little Witch Academia, feita por Keisuke Sato!

Quando criança, a entusiasmada Akko foi a um show de Shiny Chariot, uma bruxa incrível capaz de fazer todos sorrirem com sua magia. Anos depois, Akko entra para Luna Nova, o mesmo colégio de magia onde Chariot estudou, com a intenção de se tornar uma bruxa como ela. 

Little Witch Academia surgiu como um curta em 2013, trabalho do talentosíssimo Yoh Yoshinari em parceria com o incrível estúdio Trigger, e logo ganhou diversos corações pelo mundo, encantando a todos com sua inventividade, carisma e animação incríveis. Não demorou muito para que um longa fosse produzido, e, 2 anos depois, em 2017, uma série animada inteira, contando com 25 episódios divididos em 2 temporadas, distribuídas mundialmente como originais Netflix.

O mangá da série, escrito e ilustrado por Keisuke Sato, começou a ser publicado em dezembro de 2016 (um pouco antes da estreia do anime, um hábito comum) e foi finalizado em 2018, com 3 volumes. No Brasil a série foi publicada entre 2018 e 2019 pela editora JBC, em um formato bacanudo e com um preço que nos faz chorar de saudades se compararmos com os mangás de hoje em dia😔. Éramos felizes e não sabíamos. Enfim, vamos falar da história!

Nossa aventura começa com Akko procurando pelo ponto de ônibus que leva até Luna Nova, ela tem bastante dificuldade para encontrar. No caminho, ela acaba esbarrando em algumas bruxas, que não são muito gentis com ela. O fato de não vir de uma família irrita algumas alunas e o fato dela falar muito irrita uma outra, Sucy, que também é uma aluna nova, e faz algumas malvadezas para tirar Akko do seu pé. Depois de um tempo, nossa protagonista descobre que só é possível chegar na escola voando de vassoura! Não seria um problema para uma bruxa qualquer, mas Akko não sabe voar com uma vassoura! Quando ela pensa que não tem mais como chegar a tempo da cerimônia de abertura e por isso será expulsa, Lotte, uma tímida e gentil bruxinha dá carona para ela e, juntas, sofrem um acidente: caem em uma floresta proibida, onde Sucy as faz de isca para uma criatura mortal! Tudo dá errado, e as três ficam a mercê do fim, até o cetro brilhante de Shiny Chariot se revelar para Akko e ajudar a salvar o dia! É assim que começa a história da pior bruxa de todas em sua impaciente e difícil caminhada para encantar o coração das pessoas com a magia, é assim que começa a história de Akko!

Se você, querido leitor do blog, já assistiu a série animada, deve ter notado que transcrevi o primeiro episódio. Como é de se esperar, as duas obras começam no mesmo lugar, salvo algumas leves diferenças, os capítulos 1 e 2 do mangá equivalem ao primeiro episódio do anime. Normal, certo? É uma adaptação afinal de contas! Mas as coisas não seguem assim por muito tempo. Além do episódio 1, o mangá adapta os episódios 5 e 6 e mais nenhum outro. O que ele faz no resto do tempo? Capítulos originais!

Porém, antes de nos aprofundarmos um pouco mais, preciso falar do coração desta história, as personagens! Carismáticas e com designs espetaculares, aqui os créditos precisam ir para a equipe de produção do anime, já que todas seguem os "modelos" praticamente a risca. Atsuko Kagari, ou melhor, Akko, é uma protagonista impulsiva, entusiasmada e muito impaciente, que sempre causa problemas e faz com que as outras personagens se envolvam na ação. Assim como no anime, ela é o ponto central de todas as histórias e sua evolução como personagem é o que nos move através da narrativa. As amigas mais próximas dela são Sucy, que tem um humor um tanto sádico e adora cogumelos venenosos, e Lotte, uma garota gentil e tímida que é apaixonada pela saga literária Night Fall. Além das duas, vale destacar Diana, a rival boa em tudo de Akko e a Professora Úrsula, uma bondosa e atrapalhada professora que esconde um grande segredo.

Quanto a narrativa, esta segue um formato episódico e descompromissado pela maior parte de seu tempo, apresentando aventuras de Akko situadas entre os episódios da primeira temporada da série animada, o que é ótimo para aqueles que, como eu, ficaram com um gostinho de quero mais após o final da série. Dentre os momentos mais memoráveis, que eu gostaria de ter visto na série, estão uma backstory de Sucy, um episódio com Jasminka como foco (que poderia ser melhor) e um onde Lotte e Bárbara compartilham seu amor por Night Fall (que também poderia ser melhor)!

Já a qualidade dessas histórias originais, preciso dizer que muitas sofrem do mesmo problema: potencial desperdiçado. Com bons argumentos e mostrando coisas que realmente faltaram no anime, o autor frequentemente opta por fazer o mais básico o possível, ao invés de explorar ao máximo o potencial de suas histórias e carismático elenco de personagens. Todavia, o já citado capítulo onde Sucy fala um pouco de sua família e a história em 2 capítulos que fecha o terceiro volume, são bons exemplos de que o autor gosta do que está escrevendo e é capaz de entregar momentos muito bons, mas acaba não entregando na maioria dos capítulos, o que é uma pena.

Com relação a arte de Keisuke Sato, pode se dizer que este é um dos pontos mais fortes do mangá. Mesmo seguindo os modelos do Trigger, ele ainda encontra espaço para dar seu próprio toque original nas personagens, além de desenvolver designs próprios que fitam muito bem com a totalidade da obra. Todavia, ao desenhar as cenas de ação o autor acaba muitas vezes por não tornar claro o que está acontecendo, mas essa é uma reclamação que faço quase sempre, então acho que eu que não consigo entender ação de mangá mesmo. Já nas cenas de comédia, aí sim, só posso elogiar, a maneira como o autor desenha as personagens nas cenas de comédia é sempre hilária.

Little Witch Academia não é um mangá fácil de se recomendar, já que na prática é mais um complemento para a primeira temporada do anime do que uma adaptação propriamente dita. Ainda assim, a maior parte de suas histórias não é empolgante o suficiente para justificar a leitura. Entretanto, se você se considera um grande fã das bruxinhas do Trigger e ficou sedento por mais conteúdo, ainda vai encontrar capítulos interessantes e mais "tempo de tela" para algumas personagens, com uma arte muito bonita para ilustrá-las e um coração mágico para inspirá-lo. 

Nota: 7!

-------------------------------------------------------------//--------------------------------------------------------

Leia também: Review Multiversal: A Pior das Bruxas

Obrigado por ler até aqui! Se gostou, recomendo que curta nossa página no facebook ou siga nosso perfil no twitter para não perder nenhuma novidade!

Nos vemos no próximo texto! Até lá!

Escrito por um Thiago que não recebeu sua carta de Hogwarts até hoje

Comentários

Postagens mais visitadas