Review Multiversal: Scooby-Doo! e a Espada

Scooby e sua turma já passaram por todo tipo de situações bizarras e encontraram as mais diversas personalidades do mundo real e da cultura pop. Desta vez, eles viajaram no tempo para Camelot, e se encontraram com o Rei Arthur e os cavaleiros da tábula redonda em desenho. Como esse "inusitado" encontro de 75 minutos foi? Falar irei!

Após resolverem um mistério, nosso grupo de jovens hippies favoritos e seu dogue comilão ganham passagens para visitar o um pequeno município no interior da Inglaterra, de onde os ancestrais de Salsicha são. Chegando lá eles descobrem que a linhagem de Salsicha é bem mais importante do que pensavam e que está diretamente ligada a Camelot e Rei Arthur. Não demora muito para que a bruxa Morgan LaFay apareça, persiga e envie a Mistério SA para a Camelot no passado, onde conhecerão figuras como Merlin, Lancelot e Rei Arthur. Agora, presos em outro tempo e tendo que dançar conforme a música, nossos mocinhos terão que resolver um mistério crucial para seu futuro: como voltar a sua época original? 

Assim como o filme anterior, "Happy Halloween, Scooby-Doo!"", "Scooby e a Espada" tem direção de ninguém mais ninguém menos que Maxwell Atoms (o criador de "As Terríveis Aventuras de Billy e Mandy") e esse fato faz uma diferença tão, tão grande. Originalmente, "Scooby e a Espada" não passaria pelas mãos do autor, que ficou responsável por reorganizar, reescrever partes e tornar o filme mais engraçado após boa parte da equipe que estava envolvida na produção ter ido trabalhar em "Scooby! O Filme". O QUE FOI ÓTIMO! As animações direto para vídeo de SD nos últimos anos tem tido... qualidadde duvidosa. "Scooby-Doo & Batman: Os Bravos e Destemidos" e "De Volta para a Ilha dos Zumbis" são dois dos piores filmes do personagem, inserindo facilitações narrativas vergonhosas até para a franquia que tem mais crossovers com a WWE na história dos cartoons. Com Happy Halloween, a franquia recebeu uma injeção de criatividade muito necessária, além de ter entregado um filme legitimamente engraçado e interessante, mesmo que com uma estrutura narrativa meio oscilante e ritmo um tanto apressado. Todavia, em sua segunda produção da franquia, Atoms mais uma vez entrega algo criativo, instigante e hilário, só que ainda mais refinado.

Igual a "Scooby-Doo e a Maldição do Frankenstein" e "Scooby-Doo! E o Combate do Salsicha", "Scooby-Doo! e a Espada" também tem como ponto de partida a linhagem muito especial e única de algum dos membros da Mistério SA, o que é uma facilitação narrativa bem batida e da qual realmente não gosto. Porém, diferente dos dois filmes citados... esse filme é bom. CALMA, EU VOU EXPLICAR! Nesta novíssima produção, a estrutura sabe o momento certo de focar em metas diferentes, tendo um objetivo bem estabelecido. Ou seja, antes de voltar para sua época, a turma precisa fazer algumas coisas e o roteiro da o tempo necessário para que cada uma delas seja feita. Não existe pressa para que tudo se resolva logo e nem interesse em seguir uma linha reta e, quando você menos espera, está entretido vendo a Daphne lutar contra cavaleiros medievais ou com a Velma interagindo com Merlin. Essas digressões dão volume para o filme, é divertido e interessante acompanhar o caminho da turma, mesmo que o objetivo maior tenha, de certa forma, uma resolução previsível, essas pequenas metas e momentos bem ritmados fazem com que você se sinta entretido e interessado pela caminhada. 

Para que esses momentos sejam legais de se assistir, o roteiro precisa ser bom e as personagens interessantes. No caso do roteiro, santo biscoito scooby, ele é muito bom, e não só nos momentos de desenvolver o arco narrativo, mas nas pequenas interações entre personagens e comédia. Esse filme é hilário, o timing cômico de Atoms é muito sentido e a sua direção faz com que nenhum momento seja exagerado ou pareça "perdido" em meio a edição.

Mesmo lidando com um dos elencos de personagens mais conhecido da história das animações, o filme faz um excelente trabalho em realçar cada um dos membros e diferenciá-los. Existem muitas interpretações das personagens, tirando Scooby e Salsicha que quase sempre são os mesmos. Aqui Velma encarna a cética rabugenta, mas sem perder seu carisma e bom humor, Fred é um grandalhão meio bobo apaixonado por armadilhas e Daphne (a que mais muda nas diferentes séries/filmes) assume sua persona pateta de "Que Legal, Scooby-Doo!", muito mais brincalhona e animada, ah, e com as habilidades de karatê de "O Que Há de Novo Scooby-Doo?"! De longe, essa é uma das versões que melhor trabalha a interação entre as personagens da turma, sendo que aqui parecem realmente amigos e todos recebem um papel muito claro no filme, com o tempo de tela sendo bem dividido e todos os membros recebendo seu merecido momento de brilhar.

Algumas personagens novas são apresentadas, com o maior destaque indo  para o Rei Arthur e Merlin, que se mostram cheios de carisma e traços marcantes, adições muito positivas para o humor do filme e para a progressão da história de forma orgânica e, principalmente, não sendo insuportavelmente irritantes. 

A animação e os modelos de personagens seguem o padrão dos filmes direto pra vídeo da franquia, são poucos erros e bastante consistência. Não há muito o que se falar, tudo funciona muito bem e pouca coisa se destaca mesmo. Porém, é interessante citar que as piadas visuais desse filme são realmente acima da média, com vários momentos mais sutis que podem arrancar boas gargalhadas.

Após algumas produções pouco inspiradas e uma ótima injeção de ânimo no filme anterior, "Scooby-Doo! e a Espada" veio para provar que Maxwell Atoms é um autor para o qual deveríamos dar mais valor. Transbordando criatividade, com uma narrativa, ainda que previsível, sólida e instigante, ótimas interpretações das personagens, novas caras carismáticas e absurdamente hilário, "Scooby-Doo! e a Espada" é uma experiência refrescante e reernegizadora para uma franquia com mais de 50 anos que às vezes se perde no próprio mistério de sua caminhada de sucesso. 

Nota: 9!

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Nos vemos no próximo texto! Até lá!

Escrito por um Thiago que já comeu ração de cachorro e gostou

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