Doctor Who: Outros 10 episódios para ver sem compromisso
Compromisso é algo difícil. Acarreta, dentre vários outros incômodos, dedicação. Pegar uma série que está começando agora para assistir ou que já terminou é uma tarefa fácil, mas e quanto a uma série de quase 60 anos e que provavelmente nunca vai acabar? Aí é melhor ir com calma... E é pra isso que serve essa lista!
Sendo uma série majoritariamente episódica (com grandes histórias correndo no fundo durante a temporada e episódios clímax no fim), é possível fazer diversos tests drive e degustar Doctor Who a la vontê antes de se jogar no vórtice temporal que são seus quase 200 episódios (lançados neste século). E, devo dizer, não existe momento melhor para ser um fã da Doutora de 2 corações, pois estamos às vésperas do aniversário de 60 anos do show que promete grandes comemorações, com Doutor antigo retornando, mudança no time de escritores e até uma novíssima encarnação!
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| Ncuti Gatwa, o próximo Doutor!!!!!!!!!!!!!! |
A Garota da Lareira (Temporada 2, Episódio 4)
Um dos clássicos do roteirista Steven Moffat (Sherlock) antes de se tornar o chefão da coisa toda, o Doutor, Rose e Mickey encontram uma nave espacial estranhamente conectada a uma lareira e a Madame de Pompadour, na França pré-revolucionário. No decorrer desse quase conto de fadas, o Doutor enfrenta criaturas mecânicas sinistras que fazem barulho de relógio e se conecta de maneira muito pessoal com a figura histórica da vez, em uma apaixonante e misteriosa aventura.
Em A Garota da Lareira Moffat experimenta pela primeira vez algumas das ideias que usaria mais para frente nas histórias principais do Décimo Primeiro Doutor, Amy, Rory e River. Sua forma de nos conduzir pela trama com saltos temporais que alternam entre momentos de pura fofura e puro terror fazem desse um dos contos mais apaixonantes da TV.
Pode me ouvir? (Temporada 12, Episódio 7)
Pesadelos conectam as pessoas através dos tempos. Mas tem algo ou alguém causando estes pesadelos e a Doutora, com a ajuda de seus destemidos companheiros, irá investigar e descobrir que existências poderosas riem observando nosso sono.
Explorando ideias assustadoras como só Doctor Who faz, este episódio traz elementos muito fortes das histórias em quadrinhos, com vilões tão poderosos quanto cruéis. Partindo de um ponto em que sua mente pode criar os monstros mais aterrorizantes de todos, ter alguém controlando ela não deve ser nada bom. Ainda bem que temos uma Senhora do Tempo do nosso lado. Né? NÉ?
Dalek (Temporada 1, Episódio 6)
No universo de Doctor Who existe um dono da internet, porque sim. E ele gosta de colecionar artefatos alienígenas e tem um depósito gigante no subterrâneo. Acontece que ele consegue um Dalek vivo. O que é um Dalek? Apesar da aparencia de um saleira super extra grande segurando uma peça de batedeira e um desentupidor, é a espécie mais cruel de todo o o universo, com o objetivo de destruir toda e qualquer forma de vida que não seja semelhante a eles. São os maiores dos inimigos do nosso Senhor do Tempo preferido.
Dalek é, de fato, a primeira aparição de um dos icônicos daleks na série nova. De forma pouco esperada, Russel T Davies apresenta o Dalek em questão em uma posição frágil, quase inofensiva, sendo confrontado por um Doutor angustiado e cheio de ódio, em uma das atuações mais marcantes de Christopher Eccleston no seu papel de Nono Doutor. Durante o episódio claro que o jogo vira e, com sua empática companheira Rose, vemos o Doutor lutar contra seu instinto, ego e corações quando em frente ao outro lado de sua própria moeda.
O Inquilino (Temporada 5, Episódio 11)
Algo deixou a TARDIS maluca e desestabilizada com a Amy dentro! Na Inglaterra moderna (de 2010), o Doutor se torna inquilino de Craig, um cara comum, enquanto tenta resolvver o mistério do andar de cima e salvar sua companheira e nave.
Ver o Doutor tendo um cotidiano "normal" é muito legal. Ou pelo menos se metendo na vida normal do pobre do Craig, que é um vendedor apaixonado pela melhor amiga que de repente tem o Senhor do Tempo como colega de quarto. Todas as situações que o excêntrico Décimo Primeiro se mete aqui são hilárias e os personagens do episódio são super amáveis, deixando até a ameaça alienígena da vez em segundo plano, e não digo isso em um sentido ruim. Provavelmente um dos episódios mais engraçados da série!
O Robô de Sherwood (Temporada 8, Episódio 3)
Robin Hood. O Doutor. Inglaterra. Uma espada. Um robô. Uma colher. Me recuso a elaborar.
Botar tecnologia futurística no passado e uma figura histórica para acompanhar o Doutor em uma aventura épica costuma ser a fórmula do sucesso e não é diferente aqui. O Doutor de Peter Capaldi ainda estava dando seus primeiros passos nesta história, mas ao lado de Clara e Robin Hood mostra todo seu potencial em uma divertida missão medieval.
Dia dos Pais (Temporada 1, Episódio 8)
Rose insiste com o Doutor para voltar no tempo e ver seu pai, que faleceu quando ela ainda era uma bebê. Entretanto, eles voltam no dia da morte dele. Claro que Rose não fica parada e deixa a dolorosa história acontecer diante de seus olhos, causando uma série de dilemas paradoxais quase tão complexos quanto os sentimentos envolvidos.
Mais um episódio cheio de coração da primeira temporada. O Nono Doutor aqui tem um papel de intermediador, de observador e até mesmo de presença autoritária, não por vontade mas por dever. O Doutor e seus companheiros não podem simplesmente brincar com o tempo. E Rose não está brincando, ela está desesperada, perdida, ela sente muita falta do pai dela, mesmo sem se lembrar dele, é alguém que não estava lá e teve sua ausência sentida por toda vida. O que fazer quando se pode fazer algo que mudaria tudo? Que preencheria lacunas até então impreenchíveis?
Os Caçadores de Bruxas (Temporada 11, Episódio 8)
Na Inglaterra do Rei Jaime I (devia ser só Jaime na época, né) a Doutora e seus companheiros se passam por caçadores de bruxas para investigar, bem... bruxas. E claramente eventos estranhos que não tem origem nesse mundo.
A Doutora, pela primeira vez desde sua regeneração, precisa encarar as injustas consequências de ser uma mulher na história da humanidade. Como se já não fosse o bastante, uma conspiração alienígena explora as falhas do caráter humano quando amedrontado ou posto contra a parede pelo que não entende. Essa narrativa nos mostra de maneira muito claro que não, ingnorância não é uma benção, está bem mais para uma maldição.
Toc Toc (Temporada 10, Episódio 4)
Uma batida na madeira de uma casa antiga e sinistra não é piada. Bill se muda pra uma república e tem coisas muito estranhas acontecendo por lá. É como se a casa tivesse vida. Ao mesmo tempo, o senhorio parece guardar alguns segredos e os outros moradores começam a desaparecer. E o Décimo Segundo Doutor está lá também! Atrapalhando a vida social de Bill um pouco, mas ei, ele é realmente um cara bem legal! Além do único capaz de resolver o problema.
Ver aqueles que viajam com o Doutor tentando conciliar a vida social no presente com as aventuras faantásticas por tempo e espaço sempre foi uma das partes mais legais da série. A Bill por si só já é um poço de carisma e tem uma dinâmica excelente com o Doutor mais solto dessa fase, entregando momentos excelentes tanto cômicos quanto dramáticos. A história do episódio conta com reviravoltas bem inesperadas e um final tocante, com um clima de filme de terror ao fundo que faz toda a diferença.
O Unicórnio e a Vespa (Temporada 4, Episódio 7)
Um mistério de Agatha Christie... com Agatha Christie envolvida. Após um assassinato em uma mansão, todos são suspeitos. E todos tem segredos. Caberá ao Doutor, Donna e a uma frágil Agatha Christie resolver o caso.
Atolado de referências aos livros da Rainha do Crime, este episódio se carrega como um mistério instigante enquanto explora momentos chave na vida de Agatha Christie. O uso da estrutura é divertido e cada reviravolta de roteiro (reviravoltas muito Doctor Who, diga -se de passagem) faz com que o espectador (e Donna) seja ainda mais fisgado pela trama.
A Esposa do Doutor
NEIL GAIMAN! SIM, DOCTOR WHO ESCRITO POR NEIL GAIMAN! Usando sua magia onírica, o lendário escritor de Sandman e Coraline (dentre muitas outras obras incríveis!) torna a icônica nave-cabine de polícia azul do Doutor, a TARDIS, em uma pessoa. Eles tem muito para dizer um para o outro... e muito para fazer ao mesmo tempo, pois caíram em uma armadilha!!!
Neil Gaiman cresceu assistindo Doctor Who (a série clássica, obviamente) e sempre foi obcecado pela mitologia e monstros da série. Em "A Esposa do Doutor" ele tem a oportunidade de por o Décimo Primeiro Doutor em uma posição onde o mesmo encara de frente todo seu legado e arrependimentos, ao lado de sua caixa azul tornada em criatura antropomórfica, muito feliz por ter a oportunidade de ser aquela que acompanha o Doutor em sua aventura diretamente. É uma narrativa belíssima, cheia de fantasia e amor pela série, um verdadeiro ode a série, escrito por um dos maiores escritores de fantasia de todos os tempos. É tão azul mas ainda assim tão bonito!
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